quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Aos meus amigos do treinamento de engenharia na frente operacional


Às vezes, quanta significância pode ter uma simples folha de papel. Um telegrama com a convocação para um concurso, uma carta inesperada, a certidão de nascimento do seu filho.
Ontem, eu tive a consciência, também através de um pedaço de papel, de quão frágil pode ser o rumo da nossa vida. Uma única coisa era passível de ser percebida em nossos rostos enquanto uma mulher anunciava o nosso futuro próximo, contido ali: apreensão. Depois, de poucos instantes, ao ouvir (ou não) seu nome em uma certa listagem, era possível perceber, então, semblantes diversos em todos nós. Alegres, eufóricos, tristes, revoltados, compassivos. Porque sim, como é difícil não se compadecer diante da tristeza do outro, mesmo que haja alegria pela sua conquista.

Era como se fôssemos, me desculpem a comparação, como produtos de um supermercado a serem comprados, esperando ansiosamente estar na lista de certo comprador. Muitos continuaram ali, no supermercado mesmo, sem, aparentemente serem atraentes. Ou então, foram escolhidos por quem não imaginavam, por quem não queriam.... “esse cara que parece não saber nem fazer miojo resolveu me levar?” Outros, foram pegos rapidamente e já esperam fazer parte da próxima receita da dona-de-casa com cara de boleira experiente.

Mas quem disse que permanecer no supermercado é tão ruim assim? O produto não sabe se aquela pessoa que te levou é um bom cozinheiro, se vai produzir pratos apetitosos com ele, se a comida será preparada com cuidado e carinho... Ou ainda, quem sabe ele não seja esquecido na prateleira de casa, sem oportunidade para mostrar sua qualidade? E, por fim, quem imagina que aquele cara, que não parece nem saber fazer miojo vai se mostrar um grande chef?

Que possamos aprender a viver cada momento das nossas vidas que, no fundo, são muito frágeis sim. Precisamos é fazer com que isso se torne favorável a nós. Apreciemos cada minuto. Se hoje nada nos parece bem, não esperemos que isso seja o fim do mundo. Enquanto o que você tanto espera acontece, carregue lições do que você está vivendo. Nada do que vivemos é inútil. Amanhã tudo pode ser diferente e isso dependerá muito de como você vai se portar. Seja sempre um produto visível, disponível e, pode ter certeza, uma hora a sua oportunidade vai aparecer. Sempre tem um maluco por aí que prefere espinafre a batata frita. E isso não significa absolutamente nada, somente que somos seres diferentes, cada um com sua importância.

E que graça teria este mundo se todos fôssemos como vários potes de conserva iguais, por exemplo? Que sabor teria a nossa comida?


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Distribuir o amor




Por muitas vezes, o mundo atual, com idéias tão baseadas no que devemos ser, faz com que esqueçamos a importância de cuidar de quem está ao nosso redor. Isto é tudo que não devemos deixar que aconteça. Não podemos abrir espaço nas nossas vidas para que culturas tão disseminadas e enraizadas imputam em nós a crença que devemos sobrepor coisas e situações às pessoas.

Nada é mais essencial que amar. Essa é a nossa primeira vocação. O resto deve vir com conseqüência. “De fato, os mandamentos: não cometerás adultério, não matarás, não roubarás, não cobiçarás, e todos os outros, resumem-se nesta sentença: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Rom 13,9).

Cuide, transmita carinho, afeto. Seja zeloso, mostre ao outro o quanto ele é querido. Busque ser a personificação do amor de Deus para os estão ao seu lado. Saiba ser aquele com quem se pode contar.

Muitas vezes, uma mãe que deixa de trabalhar, de seguir a carreira profissional para cuidar dos filhos é taxada pelos outros. Mas é uma missão tão bela! Deixar seus próprios sonhos para transmitir seu amor a quem precisa!

Vamos lá, que tal largar os rótulos e deixar o amor florir? 

Chegue mais cedo em casa e brinque com seus filhos no quintal (ou na varanda, quem sabe?). Ligue para um amigo no meio do expediente. Estude menos para aquela prova e vá ao churrasco com a galera. Grite junto com um amigo num momento de ansiedade mútua, se te der vontade. Cante, mesmo que pelo telefone, para seu amor dormir. Deixe um pouco de lado o seu trabalho para estar com quem você ama. Dance na chuva  com pessoas especiais. Permita que sua presença faça o outro feliz, hoje e agora. E assim, você também encontrará a felicidade.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O tic-tac aqui de dentro


 Para pessoas especiais

Tic-tac, tic-tac... bate o relógio aqui dentro. Ele anda querendo se adiantar, não suporta mais esperar que a hora passe por si só. Que fazer algo, quer poder interferir no tempo, quer que o ponteiro dos segundos ande mais rápido: vamos lá, acelere, dependemos de você!

Mas ele já percebeu que nada está ao seu alcance. Que os acontecimentos da vida têm seu próprio ritmo. E isso não é assim tão ruim quanto parece. Afinal o que seria do doce de leite se a doceira não tivesse paciência e ternura ao mexê-lo? O que seria do café posto à mesa se não houvesse alguém que o torrasse lentamente?

Ah, relógio! Não deixe a tal ansiedade tomar conta de você. Ela só te faz mal. Ela quer isso, que você brigue com seus ponteiros internos. Não permita que essa espaçosa tente afetar você em relação ao que naturalmente e quem sabe, deliciosamente, vai acontecer.

E se o que ocorrer não parecer tão bom assim, não se preocupe. O ponteiro dos segundos andará novamente. Movimentará o dos minutos e o das horas e, então, chegaremos ao que Deus reservou para nós. E Ele não quer nada menos que o melhor.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sonho de Deus


Ela tempestade, ele calmaria. E, ainda assim, uma sintonia inexplicável. São mistérios do sonho de Deus para nós.

Falta você do meu lado. Falta você para me abraçar, me beijar, para me olhar nos olhos e me dar esse sorriso único. Em tudo falta você, exceto na minha mente e no meu coração.

A respeito de você, do que você move aqui dentro de mim, eu não sei mais dizer, só sei sentir.

domingo, 18 de setembro de 2011

Do que é feita a amizade?


Há quem acredite que as amizades são feitas de grandes coisas. Demonstrações de afeto públicas, presença na sua festa de formatura ou casamento, contatos constantes.

Isso tudo é importante sim. Mas eu prefiro crer que esse sentimento nobre é construído a partir de momentos. Pequenas situações. Um prato de brigadeiro antes de uma prova de controle de processos, uma caminhada na praia num domingo à tarde, gargalhadas sem grandes motivos, “zuações” por causa do seu novo affair, partidas de sinuca depois do trabalho, os famosos e polêmicos “babas” do fim de semana. Sem contar as risadas durante as compras (sabe quando aquela roupa não te serve?), uma ligação inesperada, os primeiros instantes na direção de um carro, uma comida que não deu certo, “micos” do dia-a-dia, um colo ou um ombro a disposição diante do coração partido. É isso que se torna especial por ter sido dividido com alguém ou por ter partido de outra pessoa.

São estes momentos que apesar de pequenos, tornam-se eternos. A partir deles é que você começa a confiar no outro e contar com ele, porque isso requer intimidade. São deles que você vai sentir nostalgia e saudade na ausência daquele com quem você aprendeu a compartilhar sua vida. 

Então, você verá que a simples existência daquela pessoa já te faz mais feliz, e melhor. Que você não precisa de grandes coisas.

Gosto do que ouvi certa vez de um amigo: ser amigo é passar pela vida de alguém o completando, o compreendendo e, sobretudo, dando a chance de um participar da vida outro.

sábado, 17 de setembro de 2011

Descobrir


Que beleza há em descobrir. Desvencilhar novos caminhos, sensações, vontades.

De repente, você passa a pensar de outra forma, na qual não há meios do outro não se entrepor em tudo que for pertinente a você. Descobre-se que sim, você pode sofrer pequenas mudanças na maneira de pensar sem perder sua essência. É só um meio de crescimento mútuo.

A verdade é que você se torna não mais apenas você. É alguém com outrem.  E como é bom partilhar. Dividir momentos, alegrias, dificuldades e, sobretudo, sonhos. Maravilhoso é descobrir que você não precisa ser tão independente, “durona” e forte o tempo todo. Que você pode se apoiar em alguém.  Então, a vida de outra pessoa passa a ter extrema importância para você. E, a partir daí, você começa a sentir cada dor ou sorriso dela.

E, por fim, mas não menos significante. Não há distância que diminua esse elo que se construiu entre esses dois seres. Porque já não há mais nada que os separe. Um descobriu que se mudou para o coração do outro.

E que beleza há em descobrir o amor.


Por Wallace Reis