terça-feira, 20 de setembro de 2011

O tic-tac aqui de dentro


 Para pessoas especiais

Tic-tac, tic-tac... bate o relógio aqui dentro. Ele anda querendo se adiantar, não suporta mais esperar que a hora passe por si só. Que fazer algo, quer poder interferir no tempo, quer que o ponteiro dos segundos ande mais rápido: vamos lá, acelere, dependemos de você!

Mas ele já percebeu que nada está ao seu alcance. Que os acontecimentos da vida têm seu próprio ritmo. E isso não é assim tão ruim quanto parece. Afinal o que seria do doce de leite se a doceira não tivesse paciência e ternura ao mexê-lo? O que seria do café posto à mesa se não houvesse alguém que o torrasse lentamente?

Ah, relógio! Não deixe a tal ansiedade tomar conta de você. Ela só te faz mal. Ela quer isso, que você brigue com seus ponteiros internos. Não permita que essa espaçosa tente afetar você em relação ao que naturalmente e quem sabe, deliciosamente, vai acontecer.

E se o que ocorrer não parecer tão bom assim, não se preocupe. O ponteiro dos segundos andará novamente. Movimentará o dos minutos e o das horas e, então, chegaremos ao que Deus reservou para nós. E Ele não quer nada menos que o melhor.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sonho de Deus


Ela tempestade, ele calmaria. E, ainda assim, uma sintonia inexplicável. São mistérios do sonho de Deus para nós.

Falta você do meu lado. Falta você para me abraçar, me beijar, para me olhar nos olhos e me dar esse sorriso único. Em tudo falta você, exceto na minha mente e no meu coração.

A respeito de você, do que você move aqui dentro de mim, eu não sei mais dizer, só sei sentir.

domingo, 18 de setembro de 2011

Do que é feita a amizade?


Há quem acredite que as amizades são feitas de grandes coisas. Demonstrações de afeto públicas, presença na sua festa de formatura ou casamento, contatos constantes.

Isso tudo é importante sim. Mas eu prefiro crer que esse sentimento nobre é construído a partir de momentos. Pequenas situações. Um prato de brigadeiro antes de uma prova de controle de processos, uma caminhada na praia num domingo à tarde, gargalhadas sem grandes motivos, “zuações” por causa do seu novo affair, partidas de sinuca depois do trabalho, os famosos e polêmicos “babas” do fim de semana. Sem contar as risadas durante as compras (sabe quando aquela roupa não te serve?), uma ligação inesperada, os primeiros instantes na direção de um carro, uma comida que não deu certo, “micos” do dia-a-dia, um colo ou um ombro a disposição diante do coração partido. É isso que se torna especial por ter sido dividido com alguém ou por ter partido de outra pessoa.

São estes momentos que apesar de pequenos, tornam-se eternos. A partir deles é que você começa a confiar no outro e contar com ele, porque isso requer intimidade. São deles que você vai sentir nostalgia e saudade na ausência daquele com quem você aprendeu a compartilhar sua vida. 

Então, você verá que a simples existência daquela pessoa já te faz mais feliz, e melhor. Que você não precisa de grandes coisas.

Gosto do que ouvi certa vez de um amigo: ser amigo é passar pela vida de alguém o completando, o compreendendo e, sobretudo, dando a chance de um participar da vida outro.

sábado, 17 de setembro de 2011

Descobrir


Que beleza há em descobrir. Desvencilhar novos caminhos, sensações, vontades.

De repente, você passa a pensar de outra forma, na qual não há meios do outro não se entrepor em tudo que for pertinente a você. Descobre-se que sim, você pode sofrer pequenas mudanças na maneira de pensar sem perder sua essência. É só um meio de crescimento mútuo.

A verdade é que você se torna não mais apenas você. É alguém com outrem.  E como é bom partilhar. Dividir momentos, alegrias, dificuldades e, sobretudo, sonhos. Maravilhoso é descobrir que você não precisa ser tão independente, “durona” e forte o tempo todo. Que você pode se apoiar em alguém.  Então, a vida de outra pessoa passa a ter extrema importância para você. E, a partir daí, você começa a sentir cada dor ou sorriso dela.

E, por fim, mas não menos significante. Não há distância que diminua esse elo que se construiu entre esses dois seres. Porque já não há mais nada que os separe. Um descobriu que se mudou para o coração do outro.

E que beleza há em descobrir o amor.


Por Wallace Reis